Ao longo dessa semana, o Jornal Nacional discutiu os problemas do setor de energia elétrica no Brasil, agravados pela longa estiagem e a queda de nível dos reservatórios. Na última reportagem da série, o repórter André Trigueiro mostra o quanto se desperdiça de energia no país e a importância do incentivo ao consumo consciente Já pensou se todas as luzes e aparelhinhos ligados sem necessidade no Brasil marcassem o quanto consomem de energia? Inclua na conta todas as máquinas velhas e ineficientes. O resultado é impressionante.
Apenas no ano passado, o desperdício de energia elétrica em todo o Brasil chegou a mais de 10% de tudo o que foi produzido. O volume daria para abastecer os estados do Rio de Janeiro e Ceará por um ano.
“Em termos numéricos, nós desperdiçamos hoje o equivalente a 46 terawatt-hora/ano, que é metade de todo consumo da Itaipu durante um ano inteiro”, aponta Rodrigo Aguiar, presidente da Abesco - Associação Brasileira das Empresas de Conservação de Energia.
A fábrica de tecidos centenária de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, resistiu à invasão dos produtos chineses investindo em eficiência. Toda fábrica de tecidos precisa de água muito quente, a pelo menos cem graus centígrados, para fazer o tingimento das peças.
Na busca por mais eficiência, a solução foi substituir o gás natural por madeira certificada pelos órgãos ambientais. É lenha com selo verde que vira energia quando queimada na caldeira. Um caminhão de lenha por dia reduziu os custos da empresa em R$ 1,5 milhão por ano.
Filtros de fumaça eliminam a poluição. Até o esgoto tratado dentro da fábrica tem utilidade. Ele é usado para resfriar as máquinas da tecelagem. Se fosse para comprar água encanada, o gasto seria de mais de R$ 2 milhões por ano.
Lâmpadas econômicas e equipamentos eficientes garantem a redução de 30% no consumo de energia.
“Uma empresa pode morrer por não fazer esse tipo de investimento. Por adiar esse investimento. Hoje em dia você tem que buscar redução de custo em tudo, especialmente no Brasil”, diz o empresário Luis Fernando Aguiar.
Apesar da importância estratégica do consumo consciente de energia, este ainda é um assunto pouco falado no país.
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